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Projeto do Cedro conquista terceiro lugar no Prêmio Jovem Cientista
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O aluno Leonardo Silva de Oliveira, do sexto semestre do curso Técnico Integrado em Informática do campus do Cedro, conquistou o terceiro lugar na categoria Estudante do Ensino Médio na 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista. O anúncio ocorreu no dia 30 de outubro, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O tema deste ano foi Inovações para Conservação da Natureza e Transformação Social. Leonardo vai receber um laptop na cerimônia de premiação, que vai ser realizada em 5 de dezembro em Brasília, no Palácio do Planalto. Além do equipamento, o estudante vai ganhar bolsa de iniciação científica júnior ou de iniciação científica.
Instituído em 1981,o Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com parceria da Fundação Roberto Marinho e com o patrocínio da Fundação Grupo Boticário e do Banco do Brasil. O objetivo é estimular a pesquisa no país e investir nos estudantes que trazem projeto de inovação e solução para a sociedade.
O projeto é intitulado “Aquameaça: uma aplicação Android para identificação e monitoramento de ameaças a Ecossistemas Aquáticos”. Os professores Humberto Beltrão e Evaldo Azevedo orientaram o projeto, do qual também participou o aluno Rodrigo Cadeira, do curso de Sistemas de Informação e, na época da criação do aplicativo, estava no Integrado em Informática. Em maio deste ano, os orientadores acompanharam a realização dos testes no Açude Ubaldinho, em Cedro. A proposta foi criar um aplicativo de celular para monitoramento participativo dos ecossistemas aquáticos, o qual recebe informações dos usuários sobre ameaças aos rios e açudes como descarte de lixo, despejo de esgoto ou pesca excessiva e ilegal.
A ideia da criação partiu da tese de doutorado do professor Evaldo que mapeou seis ameaças à conservação de ecossistemas aquáticos no semiárido: lixo ou esgoto, desmatamento, pesca excessiva, queimadas, retirada de água e espécies exóticas. Em maio, a agricultura e agrotóxicos foram incluídos após conversas com o gerente regional da Bacia do Rio Salgado,da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), Alberto Brito.
Quando se abre o aplicativo, explicou Leonardo, encontram-se as opções de tipos de ameaça. “A pessoa que está usando o aplicativo se ver uma ameaça pode reportar, mandar uma foto e uma descrição para o aplicativo, aí vai ser armazenado no banco de dados e esse banco de dados vai ser analisado”, afirmou. O aluno informou que o aplicativo pode ser usado com ou sem internet, ainda está em fase de desenvolvimento e o acesso está atualmente restrito aos participantes do projeto.
“Ser reconhecido em uma cidade pequena como o Cedro, é algo muito bom”, disse Leonardo. O estudante deixou mensagem de incentivo a outros alunos. “Nunca tenha receio de fazer ciência, apesar de que às vezes pareça que seja inútil, mas todo tipo de conhecimento é útil”. Na opinião de Leonardo, a realização de pesquisa não dever ser feita apenas visando premiação. “Você precisa fazer uma pesquisa para contribuir para a sociedade”, declarou.
Participante do projeto até julho deste ano, Rodrigo Cadeira explicou que o projeto visa diminuir o impacto ambiental e orientar a população para os cuidados com o ecossistema por meio de uma tecnologia da informação que proporcione o monitoramento participativo e incentive a prática da sustentabilidade. Rodrigo disse que foi importante ter colaborado com o desenvolvimento do aplicativo. “Ressalto a magnitude que é trabalhar em atividades interdisciplinares dentro da instituição por enriquecer conhecimento advindo da busca pela informação (pesquisa). Agradeço aos orientadores pelo incentivo e a todos envolvidos nessa conquista”, falou.
Para o diretor do campus do Cedro, professor Fernando Eugênio Lopes de Melo, a conquista reforça a participação do IFCE no incentivo à preocupação com temas como o meio ambiente. “Parabéns Leonardo, a gente está aqui na escola trabalhando todo dia para que meninos como você surjam, dêem resultados, façam diferente para que a gente possa ter um País mais forte, mais educado, mais coerente e mais humano”, comentou.
“Felizmente a gente conseguiu ter essa recompensa de ter o trabalho sendo reconhecido e aí levando também a possibilidade dos alunos continuarem a trabalhando com pesquisa”, analisou o professor Humberto Beltrão, o qual considerou que ter os alunos do Ensino Médio com mente de pesquisador é muito significativo, pois estimula o interesse pela pesquisa, integrando os conhecimentos.“É esse conhecimento multidisciplinar que traz resultados interessantes para toda a sociedade”,opinou.
O aluno Rodrigo Cadeira participou da fase inicial da criação do aplicativo e saiu em virtude de conclusão do curso Integrado em Informática. Leonardo começou a participar do projeto e desenvolveu algumas tarefas que deveriam ser incluídas no aplicativo.“Realizávamos reuniões semanais, onde eu orientava o aluno (Rodrigo) em relação às questões ecológicas e de conservação que deveriam estar presentes no aplicativo, enquanto o professor Humberto orientou o aluno em relação desenvolvimento propriamente do aplicativo na Plataforma Android”, contou o professor de Biologia, Evaldo Lira, coorientador da pesquisa e trabalha atualmente no campus de Cajazeiras do IFPB.
Sobre a premiação, o docente disse que foi uma experiência boa e espera que outros alunos possam ser estimulados. O professor destacou que os Institutos Federais tem o potencial de dar a oportunidade aos alunos de desenvolver trabalhos que recebem premiações e o reconhecimento da comunidade científica.
O docente informou também que os alunos do terceiro semestre do Integrado em Informática testaram o aplicativo em visita ao açude Ubaldinho, em Cedro. “Eles utilizaram o aplicativo e indicaram quais eram as melhorias que poderiam ser feitas e essas melhorias foram feitas pelo aluno Leonardo”, acrescentou.


