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Seminário busca preservar patrimônio imaterial da Vila Mororó

AÇÃO DE EXTENSÃO

Comunidade em Santana do Cariri guarda saberes ancestrais indígenas
última modificação: 22/10/2018 09h24
Foto: Alissa Carvalho IFCE e comunidade se unem para preservar patrimônio

IFCE e comunidade se unem para preservar patrimônio

Oficinas sobre chás, ervas e cerâmica indígena, concurso de fotografia, momentos de reza e benzimento, apresentação de trabalhos, palestras e mesas-redondas sobre patrimônio imaterial arqueológico: tudo isso aconteceu nesta sexta (19) e sábado (20), na Vila Mororó, uma comunidade formada por descendentes dos índios Kariri na zona rural de Santana do Cariri, município a cerca de 50 quilômetros do Crato.

Organizado pelo campus de Crato do IFCE, o I Seminário Cearense sobre Patrimônio Imaterial Arqueológico envolveu estudantes, servidores, moradores da comunidade e demais interessados na busca pela preservação dos saberes e valores ancestrais que foram herdados dos índios que habitaram a região.

"O propósito do evento é fazer com que a gente possa contribuir com a conscientização da comunidade e da região do Cariri sobre o potencial e a riqueza do patrimônio imaterial que nós temos aqui, particularmente na região de Santana", explica a coordenadora da iniciativa e servidora do IFCE no Crato, Verioni Bastos. Segundo ela, que pesquisa as práticas, valores e saberes da comunidade, o conhecimento sobre o assunto deve promover a valorização do patrimônio.

Para Everaldo Mororó, rezador e integrante da associação de moradores da Vila, o evento é uma forma de fortalecer a identidade da comunidade e preservar o conhecimento ancestral: "Se não for feito um trabalho de reconhecimento, de valorização, junto com a comunidade, a gente pode correr o risco de perder. (...) São valores e saberes que nós herdamos dos nossos antepassados indígenas, o povo Kariri, que morava nessa região. A gente vê aos poucos quase tudo relacionado a eles, de práticas, de saberes, quase desaparecendo".

A participação direta da comunidade em todo o processo de organização e também na programação do Seminário foi o diferencial para Ana Luisa Nascimento, que é professora de arqueologia na Universidade Federal do Piauí: "O evento é emocionante, porque é fora dos padrões. É um evento científico onde os muros da universidade estão caindo, a gente está conversando de fato com a comunidade".